Portal Nacional: Pés saudáveis para mostrar no verão
Diabetes

Portal Nacional: Pés saudáveis para mostrar no verão


Por Dr. Fabio Ravaglia

A saúde dos pés depende em grande parte da forma como os usamos. Originalmente, o pé humano foi criado para andar descalço.

Mas, é claro que, há séculos, por segurança e higiene, isto foi abandonado. Ocorre que a maneira de pisar, o tipo de calçado que usamos e os cuidados que tomamos influenciam na aparência e no bom funcionamento dos pés. Ao entrar em contato com o solo, os pés agem no controle postural, equilíbrio, apoio, impulsão, absorção de impactos e distribuição do peso corpóreo. O pé é uma máquina perfeita de sustentação do corpo, fundamental para promover a sua mobilidade. O verão é a estação das férias e época de deixar os pés à mostra nas praias, piscinas e sandálias, mas alguns cuidados precisam ser tomados para não fazer feio. Explico algumas questões cotidianas que costumam afetar a saúde dos pés e também como impedir que os problemas mais comuns prejudiquem o seu bom funcionamento.

Cuidados diários

Como estão lá embaixo e quase sempre escondidos dentro dos sapatos, os pés geralmente são pouco cuidados. Mas, até mesmo pela sua atribuição de sustentar o corpo, é fundamental mantê-los saudáveis. Lavar e secar muito bem todos os dias é fundamental. Outra dica é usar diariamente um hidratante para evitar ressecamentos e fissuras. Os cremes com ureia ou ácido salicílico deixam os pés macios e diminuem as áreas de pele grossa (hiperqueratose). É mais prático passar o hidratante antes de dormir. A massagem nos pés, ao final do dia, ajuda a restabelecer a circulação e funciona como uma prevenção a cãibras e dores musculares. Após a massagem, coloque as pernas para cima por alguns minutos. Esfoliar também pode ajudar, mas nada de raspar com lâmina de barbear, e, sim, usar uma lixa fina ou sabonetes ou cremes esfoliantes, uma vez por semana. É importante manter os pés sempre secos para evitar o desenvolvimento de micro-organismos, que se aproveitam do calor e da umidade das regiões entre os dedos e plantar para se desenvolverem nas camadas superficiais da pele, causando micoses e provocando coceiras.

A visita mensal ao podólogo pode ajudar a manter a limpeza e o corte adequado de unhas. Em pés saudáveis, a pedicure pode também fazer a manutenção, cortando e lixando as unhas e esfoliando suavemente a pele. Não se deve tirar a cutícula excessivamente porque isso pode levar a fragilidades e inflamação do tecido. A unha deve ser cortada reta, com os cantos arredondados para não encravar.

Pés diabéticos

O diabético deve ter cuidados redobrados com os pés. Por apresentar a circulação sanguínea diminuída, corre mais risco de formação de úlceras, infecções e disfunções motoras. Além disso, o aparecimento de lesões nos nervos pode levar tanto à dor quanto à perda da sensibilidade dos pés, contribuindo para a formação de úlceras plantares e deformidades. Com o passar dos anos, o diabetes tende a acometer os nervos da perna a ponto de interromper a comunicação com o cérebro, causando falta de sensibilidade à dor. Isso significa, por exemplo, que o diabético pode pisar em um caco de vidro, cortar o pé e continuar andando sem se incomodar. A ferida crônica no pé, que o paciente nem percebeu, se agrava e, por causa da debilidade do organismo em reagir, a infecção não regride. Muitas vezes, atinge os ossos. O sangue não circula nos pés e as células de defesa não chegam, abrindo a porta para a gangrena, a morte dos tecidos e, enfim, a amputação. Poucos diabéticos sabem que calos, feridas e deformações nos pés, quando não tratados, podem levar a amputações. Estima-se que a metade das amputações não traumáticas de membros inferiores realizadas nos Estados Unidos sejam decorrentes da doença. Segundo informações da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), aproximadamente 85% dos diabéticos que apresentam feridas crônicas nos pés evoluem para amputação e, destes, metade sofrerá nova amputação entre dois e três anos.

Com prevenção, podem ser evitados os problemas mais frequentes que surgem, principalmente, em pacientes com mais de dez anos de convivência com a doença. Para diabéticos, existem sapatos especiais, macios e com ajustes em diversos pontos, que evitam que os machucados apareçam nos pés e, com eles, as suas possíveis complicações. Sugiro usar sempre calçados confortáveis, que protejam bem os pés e garantam a segurança. Antes de calçar, verifique no interior dos sapatos se não há pedra ou outro objeto que possa machucar. Para as mulheres que gostam de salto, os mais indicados são os saltos quadrados e mais largos, com no máximo três centímetros de altura. Homens e mulheres devem evitar os bicos finos. Chinelos de dedo deixam os pés desprotegidos. As meias ajudam a proteger os pés, mas prefira as sem costura e sem elástico. No inverno, a meia com sola de couro ou silicone é uma opção para manter o pé aquecido dentro de casa. Manter a higiene é fundamental, mas cuidado para não tomar banho com a água quente demais.
É importante também examinar os pés diariamente para verificar o aparecimento de bolhas, frieiras, rachaduras etc.

O diabetes atinge cerca de 245 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, há 11 milhões de pessoas com diabetes do tipo 2 (diabetes mellitus). A incidência de diabetes em pessoas com idade avançada é grande. O Ministério da Saúde estima que 17,5% dos brasileiros acima dos 60 anos tenham a doença. Um outro dado alarmante é o de uma pesquisa da Fiocruz, que demonstrou que 75% dos diabéticos não têm controle sobre a doença. Quando diagnosticada, a doença não pode ser ignorada! O paciente precisa fazer a dieta alimentar recomendada, usar os medicamentos receitados pelo médico e adotar novos hábitos, o que inclui atividade física, para manter a qualidade de vida.

O dr. Fabio Ravaglia é graduado pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) com residência médica no Hospital do Servidor Público Estadual, especialização em coluna vertebral pelo Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho (Santa Casa de Misericórdia de São Paulo) e mestre em cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Foi o primeiro brasileiro aceito pelo programa do Royal College of Surgeons of England. Atuou como cirurgião ortopédico em hospitais ligados à Universidade de Bristol e fez especialização em cirurgia na Alemanha.

Reportagem completa aqui.

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