Hipoglicemia Severa ou Hiperglicemia Severa, com o que se preocupar?
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Hipoglicemia Severa ou Hiperglicemia Severa, com o que se preocupar?


A resposta pode parecer óbvia, de que devemos nos preocupar com ambas, mas no dia a dia observamos tanto pessoas com diabetes quanto parentes e amigos muito mais preocupados com hipoglicemias do que com hiperglicemias. Essa preocupação tem sua razão. Quem já viu alguem com hipoglicemia severa, certamente não quer ver novamente. Ao mesmo tempo, sabemos que um controle dedicado da glicemia pode evitar a maioria das hipoglicemias severas, assim como das hiperglicemia grave, mas que se deve estar preparado para tomar a atitude certa caso ocorram.

No caso do hipoglicemia severa (quando a pessoa com diabetes não consegue se tratar, desmaia, ou tem convulsões), o ideal é ter o Glucagon por perto, assim como pessoas orientadas sobre quando e como utiliza-lo.

www.walterminicucci.com.br/novidades-no-tratamento/147-glucagon-glucagen
Mas o tema veio bastante a tona no Congresso Latino Americano sobre as útlimas tecnologias (ATTD-LA) para tratamento do diabetes, que aconteceu no Rio de Janeiro, em setembro de 2012. Nessa oportunidade, surpreendendo a platéia, um dos palestrantes apresentou os resultados de um estudo, não tão recente (de 1999), mostrando que ao se falar de consequências agudas extremas do mau controle glicêmico, a cetoacidose diabética, resultado de hiperglicemia não corrigida, é fator causador de mortes mais importante do que a hipoglicemia severa (Edge et al., 1999). Nesse estudo, feito no Reino Unido, de um total de 116 crianças com diabetes tipo 1 que faleceram, a cetoacidose diabética ou hiperglicemia foi responsável por 69 falecimentos, enquanto a hipoglicemia por 7.

Apesar de serem resultados importantes, devemos ter o cuidado de interpreta-los levando em conta nossa própria dedicação ao tratamento/controle do diabetes. Como já apontamos a cetoacidose diabética resulta de hiperglicemia não corrigida. Por isso, da importância de se fazer ponta-de-dedo (medição da glicemia capilar) e, em caso de hiperglicemia, correção com insulina rápida ou ultra-rápida, conforme recomendação médica. Dessa forma, evita-se a instalação da cetoacidose, e suas consequências. 

Foram também apresentados dados relativos às hipoglicemias. Em um dos estudos mais importantes de todos os tempo sobre tratamento do Diabetes Tipo 1 (o DCCT), do início da década de 1990, havia sido mostrado que a melhora do controle glicêmico levava a um aumento importante da ocorrência de hipoglicemias, incluindo aí hipoglicemias severas. Segundo dados apresentados, a chance anual de ocorrência de hipoglicemia severa em pessoas com diabetes tipo 1 diminui em quase 5 vezes, passando de 62% nos dados publicados no início da década de 1990, para 13% em resultados de estudo mais atual. Apesar de o palestrante argumentar que esses índices de chance anual de hipoglicemia severa ainda serem inaceitáveis (o que pode é cabível, por ser uma situação de risco), percebemos como o avanço da tecnologia e conhecimento médico resultaram em possibilidade de melhora significativa do controle do diabetes em menos de duas décadas. 

Portanto, a lição que podemos tirar é que a possibilidade de evitar, em grande parte, as complicações agudas do diabetes existe e esta relacionada principalmente às nossas atitudes frente ao controle do diabetes. Buscando sempre um controle que nos dê segurança e liberdade com dedicação, para realizarmos nossos sonhos. Na próxima semana falaremos sobre algumas novidade tecnológicas apresentadas nesse congresso, que podem facilitar a manutenção do bom controle da glicemia, e que logo mais deverão estar disponíveis ao consumidor.

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